Protagonismo feminino nos negócios
O que vem à sua cabeça quando você ouve a palavra negociação? Talvez você pense em homens de terno dando um firme aperto de mãos ou em uma situação conflituosa, geralmente envolvendo dinheiro, em que duas pessoas não conseguem concordar.
Alexandra Carter, diretora da Clínica de Mediação da Universidade Columbia (Estados Unidos) propõe outra perspectiva. Para a autora do best-seller Ask For More, a negociação é um processo que faz parte de todos os aspectos da nossa vida.
Pedir aumento para o chefe, comprar um carro, decidir o que irá jantar ou até mesmo se convencer a não dormir mais cinco minutinhos pela manhã: estamos negociando o tempo todo, seja com outras pessoas ou com nós mesmos.
De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em 2021, as mulheres representam 54,5% da força de trabalho do país. No entanto, quando se trata de cargos mais elevados, como posições de gerência e tomada de decisão, elas ocupam apenas 37,4% dos cargos.
E não é por falta de talento! Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o perfil dos profissionais certificados mudou bastante, acompanhando tendências observadas em outras áreas.
Entre 2003 e 2016, o número de mulheres que participaram da prova CPA-20 cresceu 7 vezes. Essa certificação é destinada aos profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento para clientes dos segmentos varejo alta renda, private, corporate e investidores institucionais.
E como tentar mudar essa realidade?
Não deixando de lado as dificuldades estruturais de cada sociedade e os entraves para a equidade no mundo do trabalho, é importante que as mulheres reflitam como conseguiram ser bem-sucedidas no passado para impulsionar suas ações no presente, mesmo que seus triunfos tenham acontecido fora do escritório.
Nas palavras de Carter, “muitas vezes ficamos desencorajadas pelo sexismo que ainda prevalece na vida corporativa e no dia a dia, e acabamos minimizando nossas próprias conquistas. E quando construímos a partir de nossos pontos fortes, nos lembramos de que somos capazes de coisas extraordinárias. Isso nos dá a coragem e as ferramentas para sair pelo mundo e pedir por mais”.